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42% dos Desempregados em Portugal Não Têm Ensino Médio ou Superior

A Randstad apresentou os 50 destaques do segundo trimestre de 2023 em Portugal, revelando dados críticos sobre o mercado de trabalho no país. Este estudo reúne informações fornecidas pelo Instituto Nacional de Estatística, pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional, Ministério do Trabalho, Banco de Portugal e Eurostat, permitindo uma análise detalhada das estatísticas do mercado de trabalho e dos temas macroeconómicos relacionados.

De acordo com Isabel Roseiro, diretora de marketing da Randstad Portugal, “A análise dos 50 destaques relativos ao segundo trimestre permite compreender como está a evoluir o mercado de trabalho em Portugal. Consideramos que é muito importante para a consolidação de algumas ideias sobre o estado do emprego e para compreender as evoluções no mercado. É uma atividade que nos permite identificar pontos críticos para que possamos encontrar melhores soluções e ajudar pessoas, que é a nossa prioridade.”

Os principais pontos destacados pelo estudo mostram que a população ativa diminuiu em 1.100 pessoas no segundo trimestre, totalizando 5,3 milhões de pessoas. Notavelmente, 32,1% das pessoas ativas possuem qualificação no ensino superior, com uma taxa de atividade de 84,5%, em comparação com pessoas com ensino secundário e pós-secundário. A divisão por género revela que 50,1% da população ativa é composta por homens e 49,9% por mulheres.

Outro destaque importante é o aumento de 54,7 mil pessoas empregadas no segundo trimestre, elevando o total para 4,98 milhões de profissionais, com uma taxa de emprego de 57,0%. Os especialistas das atividades científicas e intelectuais representam 22,5% de todos os empregados do país. Além disso, a indústria transformadora e o setor de comércio contribuem significativamente para o emprego, com 16,5% e 14,0%, respetivamente. Nos serviços, os setores de saúde e educação empregam 18,3% do total de profissionais. Além disso, o número de pessoas em teletrabalho aumentou em 23 mil no segundo trimestre, atingindo 960 mil pessoas.

Ilustração de Freepik

O estudo também observa um aumento no emprego nas administrações públicas, com 4.580 novos profissionais, totalizando 747.707 empregados. O maior grupo neste setor é o de assistente operacional/operário auxiliar, com 168.778 profissionais, representando 22,6% do emprego público. Em termos de áreas, 37,3% dos funcionários públicos trabalham na área da saúde e educação.

Além disso, a população desempregada diminuiu em -55.800 pessoas no segundo trimestre de 2023, fixando-se num total de 324,5 mil desempregados. Desses, 46,7% estão à procura de emprego há mais de um ano. A taxa de desemprego foi de 6,1%, com uma diminuição de -1,1 pontos percentuais tanto para homens quanto para mulheres. Atualmente, a diferença entre os dois grupos é de 0,6 pontos percentuais.

Surpreendentemente, 42% dos desempregados em Portugal não têm ensino médio ou superior, tornando-se um obstáculo significativo na busca de emprego. A análise também destacou que as regiões Centro e Algarve apresentam menor taxa de desemprego, enquanto Lisboa tem a taxa mais alta e o Norte concentra o maior número de desempregados.

Internacionalmente, no primeiro trimestre de 2023, Portugal superou a média europeia em termos de taxa de atividade e taxa de emprego na faixa etária dos 16 aos 64 anos. No entanto, 37,4% das pessoas empregadas em Portugal possuem qualificações baixas, resultando numa taxa de desemprego 9 décimos acima da média europeia.

Este estudo fornece uma visão abrangente do mercado de trabalho em Portugal e dos desafios que os desempregados enfrentam, destacando a importância da educação e da formação para melhorar as perspetivas de emprego no país.


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